ELAT completa 35 anos

O Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), embora tenha sido criado
oficialmente em 1995, tem sua origem nas pesquisas científicas e
tecnológicas em eletricidade atmosférica desenvolvidas no INPE desde
1979 na área de Ciências Espaciais e Atmosféricas e, portanto, está
completando neste ano 35 anos de atividades. É o primeiro grupo de
pesquisa sobre raios criado no Brasil. Hoje, o ELAT faz parte do
Centro de Ciências do Sistema Terrestre e é considerado uma referência
mundial nas pesquisas sobre eletricidade atmosférica. Abaixo são
listadas algumas das atividades pioneiras no país realizadas pelo ELAT
nos últimos 35 anos: 1980 - Primeiro registro de nuvens de tempestade
feito do espaço. 1986 - Primeiro modelo da estrutura elétrica das
nuvens de tempestade. 1987 - Primeira tese de doutorado em
eletricidade atmosférica. 1996 - Primeiro livro sobre raios publicado.
1999 - Primeiro raio artificial gerado. 2001 - Primeira observação de
raios com câmeras de alta velocidade. 2002 - Primeiro registro de
sprites. 2002 - Primeiro mapa de incidência de raios. 2003 - Primeira
observação do aumento da incidência de raios em centros urbanos. 2005
- Primeiro modelo de eficiência de detecção de raios por redes de
monitoramento. 2005 - Primeira observação de um raio atingindo
simultaneamente dois pontos no solo. 2006 - Primeiro sistema integrado
de alerta da incidência de descargas. 2010 - Primeira evidência de que
a largura das tempestades afeta as características dos raios. 2011 -
Primeira Rede Brasileira de Monitoramento de Descargas nuvem-solo e
nuvem-nuvem (BrasilDAT). 2011 - Primeiro algoritmo de previsão de
raios com alta resolução espacial e 24 horas de antecedência. 2012 -
Primeira série científica sobre raios na TV brasileira. 2012 -
Primeira observação de raios bipolares. 2012 - Primeiro raio
ascendente fotografado e filmado. 2013 - Primeiro documentário sobre
raios na história do Brasil.

MG discute municipalização da iluminação pública

Objetivo do encontro foi esclarecer, debater e apoiar as prefeituras mineiras com relação ao processo de transferência dos ativos deste serviço
Por Maria Domingues

Crédito: Reprodução
A secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana (Sedru)realizou nesta quarta-feira (19/03), no auditório do BDMG, o décimo “Encontro das Associações de Municípios com o Governo de Minas Gerais”. Na oportunidade, foi discutida a Resolução Normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que estabelece a transferência dos ativos da iluminação pública para os municípios até o final de 2014.
O objetivo da reunião foi promover o debate de todas as entidades envolvidas no processo da gestão dos serviços da iluminação pública, que antes era feita pela Cemig e, a partir do ano que vem, será de responsabilidade dos municípios. Desta forma, preocupado com os impactos sobre as administrações municipais, o Governo de Minas mobilizou as entidades envolvidas no tema para encontrar alternativas viáveis para a realização desta mudança. Participaram do encontro representantes da Associação Mineira de Municípios (AMM), das 42 Associações Microrregionais de Municípios, das prefeituras das 50 maiores cidades do Estado e técnicos da Cemig.
De acordo com a subsecretária de Desenvolvimento Regional, Beatriz Morais, o tema da municipalização da iluminação pública preocupa as prefeituras. “A transferência das competências da gestão da iluminação pública para os municípios é algo novo para as cidades mineiras. Por isso a Sedru, a pedido do governador Antonio Anastasia, vem realizando este trabalho de unir forças com todas as entidades envolvidas para fazer com que todo esse processo possa acontecer de forma serena“ disse.

Alternativas
Durante o evento foram apresentadas algumas alternativas para viabilizar por parte dos municípios a contratação de serviço de iluminação pública. Uma delas é a criação de consórcios intermunicipais que reuniriam municípios de uma mesma região para ações conjuntas como a realização de registro de preço, com a cidade pólo da região responsável pela licitação. Neste caso, as cidades menores localizadas no entorno participam da licitação por meio de “carona ao registro de preço”. As Associações Microrregionais fariam a gestão do serviço para os municípios filiados.
Para o Presidente da AMM e prefeito de Barbacena, Toninho Andrada, o debate foi importante para dar um norte para a tomada de decisão das administrações públicas municipais. “As discussões são várias e bem complexas para todos nós que estamos envolvidos neste assunto, tanto para a gente que está num plano de decisão e à frente do processo, quanto para as centenas de prefeitos espalhados pelo interior. É um assunto bem complexo que requer a nossa união para a decisão mais simples e eficaz” destacou.
Participaram ainda do evento o Superintendente de Relacionamento Comercial com Clientes da Distribuição da Cemig, Carlos Augusto Reis, prefeitos e presidentes de Associações Microrregionais de Municípios.
Fonte: Jornal da Energia

Reservatório em baixa

Em primeiro de fevereiro a capacidade da Usina Hidrelétrica de Furnas era de 46,26%, e caiu para 32,3% em março. / Reprodução
Em primeiro de fevereiro a capacidade da Usina Hidrelétrica de Furnas era de 46,26%, e caiu para 32,3% em março. / Reprodução

A seca do Lago de Furnas vem causando prejuízo a dezenas de municípios do Sul de Minas Gerais, onde está localizado, e deixando o sistema elétrico brasileiro em alerta. Responsável pela geração de 17,46% da energia consumida nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o reservatório da Usina de Furnas, em São José da Barra, a principal das que operam no lago, segue em queda acentuada.

Mesmo com o verão - o melhor período das chuvas caminhando para o fim, o reservatório viu o volume de água baixar mais de um metro e meio em duas semanas e perder 14% de seu índice em pouco mais de um mês. Nesta sexta-feira, Furnas operava com somente 32,3% de sua capacidade, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema), contra 46,26% do primeiro dia de fevereiro.

A Usina Hidrelétrica de Furnas foi a primeira a ser construída pela companhia de quem ela herdou o nome. Ela é uma das quatro usinas que operam no Rio Grande. Entre as demais a situação é mais crítica em Água Vermelha, que funciona hoje com apenas 19,77% de sua capacidade, e Marimbondo, cujo nível está em 20,13%.

A Bacia do Rio Grande é responsável por 25,8% do fornecimento de energia ao Sudeste e Centro-Oeste. Ontem, o Lago de Furnas estava 10 metros abaixo do nível máximo. E, se de um lado existe a preocupação com relação à produção de energia nas usinas, de outro o represamento da água com esta finalidade é sentido diretamente pelos municípios que dependem economicamente do rio.

Desemprego

Com a seca no lago, pousadas, hotéis, restaurantes e outros negócios que sobrevivem graças a sua água se preparam para dias difíceis. A pesca e a navegação quase que deixaram de existir em muitos locais com a estiagem. Isso porque a represa se tornou perigosa em determinados pontos para as embarcações, enquanto que pescar às suas margens está ficando complicado com a falta de água.

“Ainda estou trabalhando, mas muitos colegas aqui da região já pararam”, conta Fábio Maciel, dono da Pousada da Garça, no município de Fama, que ainda consegue oferecer a pesca esportiva aos turistas. Mas ele mesmo diz que a expectativa é que o lago esteja seco dentro de 40 dias. “Aí, tudo por aqui vai fechar e muitas pessoas serão prejudicadas”, prevê.

A última vez que a represa secou foi em 2001, ano em que o sistema elétrico brasileiro ficou à beira do colapso com o chamado “apagão”. Maciel lembra que na época as pousadas também fecharam, mas muitas conseguiram reabrir menos de dois meses depois. “Espero que dessa vez, também, a reabertura não demore”, disse.
Fonte: Folha da Manhã