ABNT coloca nova norma de proteção contra raios em consulta pública

A nova norma de proteção contra descargas atmosféricas, a ser publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a NBR5419, foi colocada em agosto em consulta pública.

A nova NBR5419 deverá ter mapas da ocorrência de descargas, para todo o país, produzidos pelo ELAT a partir da comparação de dados de satélite com dados da rede BrasilDAT. Os novos mapas substituem os antigos mapas ceráunicos, gerados a partir do registro por observadores do número de dias com ocorrência de trovão, existentes na última versão da norma.

Mudança na forma de consumir

O consumo desenfreado e a atividade industrial intensa vão além da
poluição e da degradação do meio ambiente. Pesquisas dos cientistas
José Goldemberg e Pavan Sukhdev mostram que o mundo já gastou mais de
US$ 2,1 trilhões com prejuízos sociais e de saúde em decorrência dos
males causados pela exploração inadequada da natureza.
De acordo com Goldemberg, pesquisador da Universidade de São Paulo
(USP), o consumo de água em condomínios da cidade de São Paulo já
chegou a 800 litros/dia por pessoa em 2013 a média nacional é de 150
litros/dia por pessoa. Em comparação com o número recomendado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), o maior município do país
extrapola oito vezes mais do que o defendido pela organização.
"Civilizações inteiras desapareceram por escassez de água. Portanto, o
problema da sustentabilidade é central. Basta pensarmos que um índio
na natureza consome uma quantidade de energia 100 vezes menor do que
qualquer morador de uma grande cidade".
A ideia central defendida por Goldemberg é que um dos grandes
problemas do consumo de recursos naturais em todo o planeta é o custo
operacional das edificações no mundo contemporâneo. Mais
especificamente para a arquitetura, Goldemberg mostrou que 41% do
consumo de toda a energia gasta pelo ser humano vem dos edifícios. Mas
gerenciar a eletricidade é uma questão muito mais fácil do que aquela
do gerenciamento de outros recursos.
Seguindo a linha da necessidade de modernização na produção e no
consumo de energia e bens renováveis, o pesquisador indiano Sukhdev
afirma que quando há debates sobre políticas verdes, sempre existe a
discussão de quais grandes setores vão perder ou ganhar. "Muitas das
companhias de hoje funcionam ainda como nos anos de 1920. Essas
empresas, visando aumentar cada vez mais os lucros, e sem
regulamentações apropriadas, passaram a adotar práticas como a
publicidade baseada na insegurança nos consumidores, que por sua vez
aumentam o consumo", explica o indiano.
Apesar do desafio pela frente, a economia verde já mostrou seus
resultados benéficos em escala econômica. Nos Estados Unidos, a cada
US$ 1 milhão investidos em eficiência energética de edifícios, 10 a 14
empregos diretos são criados e três a quatro indiretos. Se 40% do
parque imobiliário dos EUA fosse renovado até 2020, 6,2 milhões de
empregos seriam criados em 10 anos.

Fonte: Correio Braziliense

Iluminação pública para cidades inteligentes

A Resolução 587/2013 da Aneel determinou que até o fim deste ano todos
os ativos de iluminação deverão ser transferidos aos municípios. Esta
decisão tende a uniformizar as responsabilidades, aliviando as
distribuidoras de energia, mas tem um significado especial para os
municípios. Permite que estes assumam a liderança sobre um serviço que
é praticamente ubíquo no espaço público urbano, com impacto direto
sobre a segurança pública e sobre a imagem que municípios e turistas
têm da cidade, além de serem um foco de ação pela eficiência
energética, e eventualmente permitirem a agregação de serviços
adicionais. Com tais funções, a rede de iluminação tem que ser pensada
como elemento fundamental de uma cidade inteligente, eficiente e
segura.
Após certa resistência inicial, os municípios já se preparam para este
"presente", que somará ativos ao patrimônio municipal, mas que também
trará obrigações. Dadas as limitações orçamentárias e de gestão de
várias prefeituras, assim como as carências em outras áreas de
prestação de serviço público, este "presente" pode se mostrar uma bela
dor de cabeça, pois providenciar lâmpadas, luminárias, caminhões e
pessoal adequados à manutenção da rede não está nos planos de muitos
prefeitos. E, obviamente, se os serviços não forem prestados
adequadamente, os problemas se tornam imediatamente visíveis, gerando
reclamações.
Parceria Público-Privada de São Paulo deverá servir de guia para
outros importantes municípios do país
Uma das saídas é a concessão do serviço a um operador privado. Na
legislação brasileira, a principal opção para a contratação em longo
prazo de serviços públicos que não podem ser remunerados por tarifa é
a Concessão Administrativa. Esta é uma forma de Parceria
Público-Privada (PPP) na qual uma empresa assume as obrigações de
manutenção e expansão da rede de iluminação pública por um período
entre 5 e 35 anos, ao fim dos quais os ativos e sua gestão retornam ao
município. O concessionário tem sua remuneração atrelada ao seu
desempenho na prestação dos serviços e assume uma parte dos riscos,
previstos em contrato.
Uma questão essencial é o impacto sobre as finanças públicas. Afinal,
ao receberem os ativos de iluminação, as prefeituras assumem a
obrigação de manter o serviço. E os recursos para tanto, de onde
viriam? A resposta está na contribuição para o serviço de iluminação
pública (Cosip), cuja cobrança foi permitida por emenda constitucional
em 2002. Mas seriam os recursos auferidos com esta contribuição
suficientes para cobrir essas novas despesas? Como seria a forma mais
eficiente de se organizar este serviço em uma cidade média: a própria
prefeitura explorar com pessoal próprio a ser contratado por novos
concursos públicos, ou um contrato de terceirização de serviços
firmado por até 5 anos, ou um consórcio com empresas especializadas,
contando, por exemplo, com empresas de construção civil, manutenção
elétrica e de fornecimento de lâmpadas?
As respostas às questões acima podem variar de cidade a cidade, mas um
primeiro passo seria de realizar um estudo da viabilidade
econômico-financeira da concessão do serviço. Este estudo pode apontar
o volume de recursos para remunerar os serviços ou para cobrir
contraprestações de PPP. Neste estudo entram questões como a densidade
populacional, os planos de expansão da área urbana, acuidade luminosa
esperada, quantidade de vias de trânsito rápido, praças, monumentos,
bem como os custos de materiais elétricos requeridos no investimento e
na manutenção que sofrem influência da taxa cambial, as garantias
públicas e privadas do contrato, entre outros.
A Prefeitura de São Paulo conduz atualmente a maior PPP do país nessa
área, envolvendo 580 mil pontos de iluminação pública, cuja manutenção
será concedida por 30 anos, resultando em um contrato de vários
bilhões de reais. Dada a complexidade e importância deste processo,
esta PPP deverá servir de guia para outros importantes municípios do
país.
Uma das vantagens de um contrato como o de PPP é a possibilidade de se
adotar soluções com vultosos investimentos e cujo retorno se dá em
longo prazo. Um exemplo é a possibilidade de implantação de centros de
controle automatizados para a manutenção eficiente da rede, com envio
de informações via tecnologia de comunicação de dados GPRS. Outro
exemplo é a possibilidade de se explorar a microgeração solar em
postes de iluminação pública. Mas a principal é a instalação de
lâmpadas tipo LED, cujo custo é várias vezes superior às de sódio ou
mercúrio. Até 2020, por sinal, todas as lâmpadas de mercúrio deixarão
o mercado, devido a preocupações ambientais. De fato, várias cidades
já operam com LED e se aproveitam do consumo eficiente que essa
tecnologia produz, desde cidades de grande porte, como Buenos Aires,
Los Angeles, Seattle e Bogotá, até cidades médias da Índia.
Essas são questões que muitos prefeitos terão que decidir até o fim
deste ano, arcando com o ônus de não o fazerem. A preparação do
processo requer tempo e energia gerencial, o que exige uma ação
tempestiva. Os que agirem mais rapidamente poderão fazer do limão uma
limonada, colhendo os frutos desse movimento, com cidades mais
inteligentes, mais sustentáveis e com cidadãos mais seguros. Com a
palavra, os prefeitos.
Fonte: Intelog