Minas terá energia elétrica gerada por esgoto

Minas está prestes a dar um importante passo em direção ao desenvolvimento sustentável. Projeto pioneiro de cogeração de energia desenvolvido no estado pode ser o primeiro do Brasil a tornar uma Estação de Esgoto (ETE) praticamente autosuficiente em produção elétrica. Elaborado pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa- MG), o sistema de reaproveitamento de biogás já está em fase de teste e deve entrar em operação em outubro na ETE Arrudas, no Bairro Caetano Furquim, Região Leste de Belo Horizonte. Se tudo sair de acordo com o planejado, será produzida quantidade de quilowatts suficiente para suprir 90% da energia usada na estação de tratamento do esgoto da capital. A carga que será gerada pela nova usina termelétrica é equivalente ao gasto de uma cidade de aproximadamente 15 mil habitantes.

O superintendente de gestão de energia da Copasa, Marcelo Monachesi Gaio, afirma que o processo, além de representar uma economia de R$ 2,7 milhões por ano na conta de energia da companhia, contribuirá com o meio ambiente. O tratamento do esgoto resulta na formação de um biogás, que tem em sua composição 68% de gás metano, (CH4), altamente tóxico e prejudicial à camada de ozônio. “O que fazíamos era queimar o metano, transformando-o em gás carbônico (CO2), que é 22 vezes menos prejudicial. Mas, ainda assim, o CO2 era lançado na atmosfera”, explica Gaio. Com a cogeração, em vez de os gases serem emitidos na natureza, eles passam por um processo de limpeza e depois são direcionados para as microturbinas, onde servirão de combustível para produzir energia.

Sem desperdício

Segundo informa a Copasa, nada é desperdiçado durante a operação. Além da utilização dos gases, há o aproveitamento do calor resultante da queima. O vapor é capturado e enviado aos trocadores de calor, que, por sua vez, otimizam a geração de energia. E é exatamente essa especificidade que dá nome ao projeto de cogeração, pois, no mesmo processo são transformados o biogás e o calor em combustíveis.

Mas a produção dessa energia ecologicamente correta custa caro. Um montante de aproximadamente R$ 65 milhões foi aplicado no projeto. Porém, o engenheiro da Copasa destaca que, além do ganho tecnológico e ambiental, a cogeração faz parte de um pacote de melhorias para toda a ETE Arrudas, que inclui inclusive um sistema de desodorização do tratamento preliminar do esgoto, o que beneficiará toda a população ao redor. “Adquirimos um aparato que reduz bastante o mau cheiro”. Além disso, o preço alto tem outra explicação. As microturbinas, usadas no processo são caras, porém, ambientalmente representam a melhor solução.

Fonte: Estado de Minas

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