Light monta estratégia para revisão tarifária

O corte acima do esperado nas tarifas cobradas pela Eletropaulo, de 9,3%, serviu de alerta para outras distribuidoras, que também passarão pelo terceiro ciclo de revisões tarifárias. A Light, que distribui energia em 31 municípios do Rio de Janeiro, adotou medidas para melhorar a contabilização de seus investimentos e conseguir, assim, passar pelo crivo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sem grandes sustos.

A revisão tarifária da distribuidora fluminense só será feita em novembro de 2013. Mas entrarão apenas nas considerações da Aneel os recursos aplicados pela companhia até maio do ano que vem.

Em reunião com analistas de investimentos ontem, o diretor financeiro da Light, João Batista Zolini Carneiro, afirmou que a empresa investiu desde a sua última revisão tarifária, em 2009, R$ 2,7 bilhões nos chamados ativos elétricos. Esses ativos são levados em conta pela Aneel para calcular o valor das tarifas cobradas pelas distribuidoras.

Nessa terceira rodada de revisão tarifária, as distribuidoras se queixam de que a Aneel tem sido excessivamente rigorosa nos seus processos de validação. "Os investimentos realizados não estão sendo reconhecidos num percentual muito elevado", afirma Nelson Leite, presidente da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee).

"O papel da agência reguladora é promover um equilíbrio entre o governo, os consumidores e as empresas. Se pender para um dos lados, o sistema não se sustenta", afirma Leite.

A Light conta com a vantagem de ser a última distribuidora da fila nesse terceiro ciclo de revisão tarifária, o que lhe dará mais tempo para realizar ajustes. Segundo Carneiro, a companhia, que adota o sistema de gestão SAP, está treinando seus eletricistas para que eles lancem os investimentos de forma correta e vem realizando simulações das auditorias realizadas pela Aneel.

Mas, muito provavelmente, o órgão regulador não deverá levar em conta 100% dos R$ 2,7 bilhões que a empresa afirma ter investido nos seus ativos elétricos.

No caso da Eletropaulo, a Aneel manteve a base de ativos da companhia em R$ 4,4 bilhões no cálculo da revisão tarifária, valor não muito diferente do proposto inicialmente. Isso levou o mercado a acreditar que o corte em sua tarifa poderia ser inferior aos 8,8% previstos. Mas, ao contrário, a Aneel elevou o corte para 9,3%, o que provocou uma forte queda nas ações da empresa na terça-feira.

Fonte: Valor Online.

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