Eletricitários vão parar na quinta-feira, dia 22

Minas Gerais - Os trabalhadores da Cemig - Companhia Energética de Minas Gerais vão paralisar as atividades na quinta-feira (22), por 24 horas, para cobrar a reabertura das negociações com a empresa para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho.

A Cemig apresentou uma proposta  que não considera a pauta de reivindicações dos eletricitários, oferecendo recomposição salarial abaixo da inflação (4,5% contra uma inflação de 5,99%-INPC)  e o reajuste zero para o vale alimentação.

A categoria rejeitou a proposta, em assembleias, e a empresa, ao invés de retomar as negociações, instaurou Dissídio Coletivo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). No Dissídio, a empresa tenta retirar  direitos, com a proposta de acabar com a licença maternidade de seis meses, eliminar a representação dos trabalhadores no fundo de pensão dos eletricitários (Forluz), manter o trabalho individual de eletricistas (a lei proíbe, mas a empresa não cumpre), retirar a representação dos eletricitários na análise de acidentes de trabalho e não concordar em estabelecer uma política de combate ao assédio moral, entre outros retrocessos.

Os eletricitários reivindicam garantia de emprego, aumento real, concurso publico, fim das terceirizações e repasse menor de dividendos para os acionistas, cumprindo o que a legislação manda (25% do lucro). Nos últimos anos a Cemig mantém  uma distribuição agressiva de lucros, chegando, em vários casos, a 90% e até mais de 100% do lucro.

Os eletricitários têm suas razões para defender o emprego. A Cemig já anunciou um plano de redução de despesas operacionais com a possibilidade de demissões. Por outro lado, a empresa divulga que, de janeiro a  setembro de 2012, seu lucro foi de R$ 2,2 bilhões, valor que equivale a quase todo o lucro da empresa em 2011 (R$ 2,4 bi). Este ano haverá também a quitação de uma dívida de R$ 3,6 bilhões do governo do Estado com a Cemig.

Diante dos dados, para o Sindieletro é uma contradição da Cemig, falar em demissões em plena Campanha Salarial dos trabalhadores. A estatal alardeia crise, alegando que a Medida Provisória 579, que muda algumas regras do setor elétrico, teria reduzido o valor de mercado da empresa, mas  continua repassando bilhões para os acionistas.

Para o Sindicato não há sentido  para  corte de pessoal se as ações da empresa valem, hoje, quase o mesmo valor  que em novembro do ano passado, e a Cemig continua investindo em novas aquisições e realizou no último dia 11, concurso público para admitir 800 trabalhadores.

Fonte: Departamento de Comunicação do Sindieletro - MG    

 

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