Tecnologia LED para iluminação pública

Menor consumo e maior eficiência energética são os principais benefícios da tecnologia LED (Diodo Emissor de Luz, em português), considerada a nova tendência de iluminação pública. Tais sistemas de luminárias somam características positivas como conforto visual, valorização do local, redução nos gastos com manutenção, recuperação de áreas degradadas, atração de novas oportunidades para o comércio, garantia de maior segurança para a sociedade e diminuição do impacto ao meio ambiente.

Conforme explica Luciano Haas Rosito, engenheiro de especificação e projetos da GE Iluminação, a tecnologia LED é chamada de iluminação de estado sólido. Isso porque a fonte de luz não contém gases e metais pesados, mas sim um semicondutor. “A luminária LED é composta por uma fonte de luz, um controlador eletrônico – conhecido como driver, e demais acessórios, formando um sistema que deve funcionar obedecendo às normas de segurança e desempenho”, ensina.

Entre as vantagens, destaca-se a economia no consumo de energia entre 40% e 60%, quando comparada a tecnologias tradicionais. Outro benefício é a longa vida útil – estimada em pelo menos 50 mil horas. “Além disso, as luminárias LED emitem luz branca com alto IRC (Índice de Reprodução de Cor) que pode ser dirigida às áreas que se deseja iluminar, reduzindo o desperdício e também a contaminação luminosa do ambiente e seus arredores”, detalha Rosito.

Para Isac Roizenblatt, diretor técnico da Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação) e consultor da Pro Light and Energy Consultants, além de oferecer sistemas ópticos dedicados ao grande aproveitamento das emissões luminosas, a tecnologia LED permite design diferenciado, mais leveza e fácil instalação e manutenção. “Os equipamentos auxiliares, por serem eletrônicos, consomem pouca energia, possibilitam comando a distância, regulagem da luz, verificação da operação e trabalham em baixas temperaturas”, lista.

Segundo os especialistas, os cidadãos também recebem benefícios diretos da nova tecnologia, pois a uniformidade da luz e a melhor identificação das cores contribuem para aumentar a visibilidade e a sensação de segurança, tanto para o trânsito de carros como para as pessoas. “Nas vias de tráfego de veículos, a iluminação LED facilita a identificação de obstáculos e da presença de pedestres, além de ampliar a visão do entorno e o tempo de reação do motorista para paradas seguras”, destaca o engenheiro da GE.

Ainda de acordo com ele, a aplicação em larga escala da tecnologia já vem sendo realizada em alguns lugares com sucesso, incluindo o Brasil. Em 2011, a Rua Avanhandava, na região central de São Paulo, foi uma das primeiras do País a adotar o novo sistema, o que gerou uma economia de até 46% no consumo. “Essa iniciativa foi seguida por diversas empresas distribuidoras de energia elétrica, bem como cidades do Brasil. Exemplos são as instalações realizadas na Ciclovia da Avenida Beira Mar Norte, em Florianópolis, e na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro”, conta. Conforme Rosito, há 25.507 luminárias LED públicas instaladas no México e mais de 40 mil em Las Vegas. “Esses projetos têm por característica uma grande economia de energia e um ganho expressivo no custo de operação e manutenção do sistema. Além disso, é possível aferir esses ganhos na fatura de energia e no custo mensal da empresa/setor responsável pela gestão do sistema”, menciona.

Renovação

O gasto de energia é hoje uma das maiores preocupações em todo o mundo. Segundo o engenheiro da GE, a iluminação no Brasil hoje consome aproximadamente 17% de toda a energia produzida, sendo que a iluminação pública corresponde a aproximadamente 4,5% da demanda nacional e a 3% do consumo total. “Segundo a Eletrobras, existem hoje no Brasil em torno de 15 milhões de pontos de iluminação pública, sendo que aproximadamente 9,5 milhões precisam ser renovados e 3 milhões necessitam de novas instalações”, informa.

Conforme Roizenblatt, o País emprega atualmente em torno de 70% das lâmpadas a vapor de sódio em alta pressão e cerca de 30% a vapor de mercúrio com reatores eletromagnéticos e em luminárias não muito diferentes das utilizadas há 40 anos. “A substituição deve ser feita de forma gradual em função das necessidades de cada cidade, considerando segurança, fluidez de tráfego, economia de energia, manutenção e utilização direta em novas instalações. Vale ressaltar que o preço dos LEDs vem caindo de forma acelerada e iniciativas de sua instalação propiciarão o aprendizado necessário à aplicação dessa nova tecnologia em larga escala”, acredita.

Para Rosito, a introdução de tecnologias avançadas como LED, especialmente na iluminação pública e de edifícios, pode representar na prática não apenas a redução do consumo de energia, como um impacto significativo na liberação de recursos para outras áreas de desenvolvimento. Ou seja, é possível obter diversos benefícios tanto econômicos quanto sociais. “A substituição de equipamentos convencionais por LED também tem sido realizada nos semáforos das cidades. Nesse caso, a economia é superior à gerada pela iluminação pública, podendo chegar a 90% se comparado com as lâmpadas incandescentes atual­mente utilizadas”, acrescenta. (Lucélia Barbosa).

Fonte: Crea - RN

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