Companhia energética brasileira vai testar quatro carros elétricos

As portas dos carros elétricos estão mais próximas de se abrirem no Brasil. Com investimento de R$ 6,5 milhões, a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) começa a usar ainda em setembro quatro carros elétricos da Renault. Em um primeiro momento, os veículos importados serão utilizados para questões funcionais da companhia. Porém, empresários de Campinas (SP), cidade escolhida para receber o teste dos elétricos, demonstraram interesse em importá-los. Até o começo do próximo ano uma frota completa deve circular no município.

Do montante investido pela CPFL, parte será aplicada na infraestrutura da cidade. Entre as necessidades está a instalação de pontos específicos para o abastecimento dos carros.

A negociação entre a CPFL e a Renault é, para o presidente da montadora no Brasil, Olivier Murguet, a resposta de que os carros elétricos fazem parte de uma realidade cada dia mais próxima do país. “Estamos vivendo uma nova era de eficiência energética. Hoje temos 600 engenheiros que trabalham com a questão e energia sustentável dentro da montadora”, comemorou Murguet.

A Renault já investiu 4 bilhões de euros na pesquisa de carros elétricos. Foram vendidos no mundo cerca de 100 mil veículos na parceria entre Renault e Nissan.

Os modelos com motor elétrico da Renault são Twizy, Zoe, Kangoo Z.E. e Fluence Z.E. Destes, a CPFL importou o Zoe, Kangoo e Fluence. As negociações entre Renault e CPFL começaram em 2005.

Custos e impostos

O que emperra a vinda dos elétricos para o Brasil ainda são os custos e os impostos cobrados pelo governo. Enquanto na Europa um modelo Twizy – vendido pela Renault como um carro prático para o dia a dia – é comercializado por 7.900 euros (sem a bateria), no Brasil o mesmo carro custaria R$ 60 mil. Se fossem descartados os impostos, o preço final para os brasileiros seria de, em média, R$ 32 mil.

Mesmo caso do Zoe. Na Europa ele custa 21 mil euros. Aqui, não sairia por menos de R$ 215 mil. Sem impostos, o veículo custaria no Brasil R$ 90 mil. “Ainda temos um trabalho grande a ser feito para tornar esses modelos mais competitivos”, adiantou o diretor de relações internacionais da Renault, Antonio Prataviera Calcagnotto.

O que torna os carros elétricos mais acessíveis na Europa é a possibilidade de “aluguel” da bateria. É feita a compra do veículo e paga-se um valor a parte pelo item.

Os executivos da Renault estudam com o governo a possibilidade de reduzir os impostos. Há a proposta de eliminar o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para os veículos elétricos importados até começar a produção no Brasil. Além disso, a montadora sugere que o mesmo tributo permaneça zerado ou permaneça reduzido nos dois primeiros anos de montagem dos elétricos no país, tempo em que ainda será necessário importar peças. “Temos uma boa receptividade do governo. Isso está acontecendo porque os líderes do país estão preocupados com as questões de eficiência energética”, sintetizou o diretor de relações internacionais.

R$ 8 para percorrer 200 km

Além de não emitir nenhum tipo de poluente na atmosfera, a justificativa da Renault para a escolha de um elétrico está nas vantagens técnicas do produto. Como o veículo não depende de gasolina, álcool ou diesel para funcionar, acabam a troca de óleo e a manutenção de outros itens.

“Abastecer” um carro elétrico também é muito mais barato. De acordo com cálculos da CPFL, um modelo como o Zoe tem autonomia de 200 km. Para carregar totalmente a bateria, o consumidor comum gastaria em torno de R$ 8 de energia elétrica. A carga pode levar de uma a oito horas, dependendo do modelo do carregador. “Levamos em conta a tarifa de energia mais cara”, adiantou o gerente de inovação da CPFL, Vinícius Teixeira. Segundo cálculos da companhia, um brasileiro percorre todos os dias, em média, 60 km.

A bateria aplicada nos modelos que chegaram ao Brasil tem vida útil de 5 mil a 6 mil ciclos. “Isso equivale a dez anos de operação. Mas vale lembrar que a bateria pode ser totalmente recuperada e ainda conta com uma garantia de cinco anos”, destacou o diretor de relações internacionais da Renault, Antonio Prataviera Calcagnotto.

Conheça os modelos elétricos

Zoe

O Zoe é um hatch compacto para quatro pessoas e autonomia superior a 210 km. O motor elétrico atinge 88 cv e 22,4 kgfm de torque. Vai de 0 a 100 km/h em 13 segundos.

Fluence Z.E.

O modelo prova que um veículo elétrico não precisa ser pequeno e com autonomia limitada. Seu motor tem 95 cv (70 kW) e 23,06 kgfm.

Kangoo Z.E.

O comercial leve equipado com motor de 59 cv (70 kW) e 23,06 kgfm, o Kangoo Z.E. é o primeiro furgão 100% elétrico do mercado.

Twizy

Veículo elétrico mais compacto disponível no mercado europeu, o Twizy é atualmente o modelo Renault mais popular, com 11 mil unidades vendidas desde seu lançamento, no início de 2012.

Fonte: ND Online

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