Escassez hídrica abre campo para profissionais em eficiência energética e cogeração por fontes alternativas

O risco de racionamento e a alta nas tarifas de energia não trazem
boas consequências para o mercado de trabalho. Esses são alguns dos
fatores que têm contribuído para o aumento na taxa de desemprego no
País. No entanto, profissionais de diferentes áreas podem enxergar
nesse momento de dificuldades para a economia uma série de
oportunidades para conquistar novos negócios ou avanços em suas
carreiras. Empresas de todos os portes estão procurando o caminho da
eficiência energética e da cogeração como forma de enfrentar a atual
crise. Por outro lado, condomínios e até residências unifamiliares
procuram na energia fotovoltaica uma alternativa para ter alívio na
conta de luz. Quem aproveitar da melhor forma essa tendência sairá
fortalecido da tão temida recessão.
O engenheiro Fernando Milanez, diretor do Instituto Nacional de
Eficiência Energética (INEE), afirma que a atual crise tende a
aumentar a demanda por serviços de engenheiros, arquitetos e técnicos
nas áreas de energia elétrica e térmica. A conjuntura é propícia para
se aprimorar os conhecimentos sobre iluminação, motores elétricos e
produção de energia elétrica. Especialmente para profissionais de
engenharia, o mercado deve abrir, segundo ele, mais vagas para quem
têm domínio sobre energia eólica, fotovoltaica e até de pequenas
centrais hidrelétricas.
Quando o assunto é capacitação, alguns cursos podem de fato abrir
portas, segundo Milanez. Sobretudo para atuar em projetos de
cogeração, é indicado estudar os fundamentos de termodinâmica e de
geração de energia a partir do diesel, óleo combustível, gás natural e
biogás. São esses combustíveis que alimentam geradores de fábricas,
shoppings e prédios públicos que estão adotando essa alternativa. Vale
a pena também estudar processos de eficiência energética, medição e
verificação de resultados e de redução de emissão de gases poluidores.
No entanto, mais do que conhecimento tecnológico, o mercado tenderia,
de acordo com ele, a preferir profissionais com melhor compreensão das
consequências para o meio ambiente de cada processo. "Conhecimentos
básicos de sustentabilidade são fundamentais e serão no futuro um
diferencial", resume Milanez.
Deve aumentar também a procura por projetos arquitetônicos que
aproveitem melhor a ventilação e a iluminação natural. Esses são
aspectos importantes num prédio para a economia de energia e
arquitetos que os dominem bem largam na frente. Ana Carolina Resende,
gerente de negócios da empresa de recursos humanos Robert Half, afirma
que tem crescido a procura por engenheiros com especialidade em
energias renováveis. Nos últimos tempos, a crise hídrica impulsionou a
vinda para o Brasil de várias empresas voltadas para a energia eólica,
que tem procurado profissionais que dominem essa tecnologia. Segundo
Ana Carolina, o momento é bastante oportuno também para pessoas de
diferentes áreas de conhecimento que acumularam experiência em
eficiência energética. "A experiência nunca se joga fora. Vemos
profissionais com mais de 30 anos de carreira abrindo sua própria
empresa e atuando como consultores", aconselha ela.
Carlos Vitor Strougo, diretor da Associação Brasileira de Recursos
Humanos do Rio de Janeiro (ABRH-RJ), ressalta que a escassez de
energia tem estimulado a criação de projetos de geração mais ousados.
Além de conhecimentos tecnológicos, consultores especializados em
estudos de viabilidade econômica tendem a ser mais solicitados para
tornar os desafios uma realidade. Para ele, os profissionais que
tiverem um domínio mais completo das energias alternativas tem como
principal vantagem poder abrir sua própria empresa. "Além de estar
atualizado em relação às novidades tecnológicas, o profissional
precisa entender o contexto em que está atuando. Esse é um aspecto
importante no mundo das energias alternativas. Com uma formação ampla,
ele tem todas as condições de ser um pequeno ou micro empresário de
sucesso", avalia Strougo.
Fonte: Agência Ambiente Energia

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