Energia hidráulica ainda é o melhor para o Brasil

Claro, em nome da preservação da natureza, chegará o momento em que a opção pela energia eólica e solar, em um Brasil com imensas costas marítimas, será a escolhida. A ecologia é fundamental. O planeta é a nossa casa, antes, durante e depois da vida terrena. No entanto, não se pode cair nos exageros.
Alguns mais extremados resolveram se unir contra construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. Um projeto que tem mais de 30 anos e foi debatido, estudado, refeito e usa hoje as mais modernas tecnologias.
O Brasil quer se manter como a sétima economia do mundo, e já foi a quinta. Deve ofertar ao investidor energia, tem que pensar cinco anos para frente. Por isso estamos concluindo ou já em funcionamento Belo Monte, Santo Antônio, Jirau, Estreito e o Complexo do Tapajós.
Depois de muita discussão e argumentos superficiais contra as usinas, eis que a Eletrobras se decidiu e não irá abrir mão da produção hidrelétrica na Amazônia como fonte prioritária de geração de energia. Planejar o Brasil é pensar em energia renovável, farta e barata. Assim, temos dois modelos de exploração dos rios da Amazônia: um que terá como prioridade a produção de riqueza e emprego na região onde são instaladas as usinas, e outro que irá privilegiar a preservação do meio ambiente na geração de energia necessária ao desenvolvimento econômico.
Pensando nisso, o Ministério de Minas e Energia e o do Meio Ambiente estudam um mecanismo para tornar mais rápida as licenças ambientais de projetos considerados estratégicos para geração elétrica. É que há mito e fantasia na discussão dos problemas ambientais e sociais provocados por projetos de hidrelétricas na Amazônia, por exemplo.
Assim, está em estudo um mecanismo de fast track para agilizar e com uma visão melhor os problemas socioambientais. No exterior, o País esteve às voltas com discussão em ONGs, em função de campanha contra as hidrelétricas. Porém, é preciso trazer clareza para a discussão, pois os técnicos do governo insistem em que há muito mito e fantasia nessa discussão. Existe um potencial a construir na região Amazônica e é importante que as instituições sérias se posicionem no debate, aquelas que são neutras podem dar enorme contribuição. O governo federal planeja realizar novo leilão de energia de reserva para o próximo ano. A previsão é que o leilão ocorra em outubro, o chamado leilão A-1.
Em Belo Monte, muito combatida, temos atualmente o maior centro de pesquisa da América Latina em biodiversidade. Isso é muito importante.
Sem hidrelétricas, a opção seria reativar as onerosas e altamente poluidoras usinas térmicas, que foram desligadas justamente por serem poluidoras e custarem muito para produzir. O complexo de Tapajós prevê a instalação de usinas-plataforma, com baixo nível de alagamento da área no entorno. O problema é que com o risco hidrológico passando para os consumidores, o déficit será bancado pelos usuários a partir das bandeiras tarifárias, sempre que os níveis dos reservatórios das hidrelétricas impedirem as usinas de produzirem toda a eletricidade exigida delas conforme suas garantias físicas.
Mas, da mesma forma, quando houver excedente de geração, os ganhos que a usinas teriam no mercado secundário também serão revertidos para as contas de luz. Enfim, como sempre, a virtude está no meio.
Fonte: Jornal do Comércio - RS

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