Material desenvolvido na Suíça tende a deixar energia solar mais barata

Carlos Barria/Reuters
O alto custo de compra e instalação de painéis fotovoltaicos é um dos
grandes entraves para a disseminação do uso de energia solar no Brasil
e no mundo. No entanto, um novo material desenvolvido por cientistas
da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, promete
mudar radicalmente este cenário. Por meio de engenharia molecular,
eles criaram moléculas de FDT (sigla em inglês para fluoreno-ditiofeno
dissimétrico), material capaz de transportar cargas positivas dentro
dos painéis solares. Esta função é essencial para que as placas
funcionem, mas, até hoje, os transportadores de carga eram muito
caros. De acordo com os cientistas, o FDT custa um quinto do preço dos
outros produtos e eleva a eficiência energética em 20,2%, enquanto os
painéis que estão hoje no mercado conseguem 14%.
O FDT pode, também, ser facilmente modificado, segundo os
pesquisadores. Isso permitiria o aumento do leque de opções para
construir vários modelos de placas fotovoltaicas.
As novas placas de FDT são formadas a partir da perovskita, um tipo de
mineral que assume a forma de cristais e é largamente utilizado para
equipamentos de energia solar. Segundo um de seus criadores, o
professor Mohammad Nazeeruddin, elas são mais fáceis de fabricar e
purificar.
No Brasil, com a tecnologia atual, gasta-se em média R$ 17 mil para
ter energia solar em casa. A redução no preço fica ainda mais atraente
quando se percebe como este novo tipo de placa é mais eficiente do que
as que são usadas hoje em dia.
O coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace, Ricardo
Baitelo, lembra que existem outras tecnologias ainda em laboratório
que permitem aumentar a eficiência da energia solar em até 40%, mas
todas elas são mais caras do que as que temos no mercado.
"A grande novidade dessa descoberta é a possibilidade de fazer a
eficiência crescer ao mesmo tempo em que se reduz o custo" destaca.
"O grande salto vai ser conseguir produzir placas com esse material em
larga escala".
Para Baitelo, além de reduzir o preço dos equipamentos, é preciso
encontrar uma forma de baratear os serviços - instalação e manutenção
- e a logística.
"O Brasil importa todos os equipamentos relacionados a energia solar.
Se começarmos a fabricá-los, gastaremos menos com logística", destaca.
Fonte: O Globo

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