ISO 50.001: mais um passo em direção à eficiência energética

Associação Brasileira de Normas Técnicas lança norma ABNT NBR 50.001:2011, tradução brasileira da norma de Gestão Energética ISO 50.001, publicada no mês de junho.

 

A eficiência energética está ganhando mais uma aliada. Com o objetivo de melhorar o desempenho energético das organizações, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou na quinta-feira, 7 de julho, a norma ABNT NBR 50.001:2011, tradução brasileira da norma de Gestão Energética ISO 50.001, publicada no mês de junho internacionalmente. A norma orienta as organizações a montarem um processo de gestão do uso da energia. A ideia é que qualquer empresa possa avaliar seu desempenho energético e reduzir seus gastos, dentro de um procedimento de melhoria contínua.

A ISO 50.001 foi lançada no dia 15 de junho na Suíça e contou com a participação de representantes de 25 países. No Brasil, além da ABNT, houve a  participação de representantes da Eletrobras na comissão brasileira de avaliação e modificação da norma. De acordo com Eduardo Lima, analista técnico da ABNT e secretário da Comissão de Estudo da norma, a ISO 50.001 é voltada à eficiência energética, pois a melhoria do desempenho energético está diretamente relacionada com a eficiência do uso da energia.

"Além disso, a norma preconiza a necessidade de estabelecimento de indicadores que monitorem os aspectos do desempenho energético ao longo do tempo, possibilitando que a organização evidencie as melhorias alcançadas", comentou o secretário.

A novidade da ISO 50.001 é que ela é a primeira norma cujas metas de aumento de desempenho energético são auditáveis. É estabelecida uma meta de redução do consumo e, no fim do processo, é preciso mensurar se o valor estabelecido foi atingido. Em caso negativo, é gerada uma não-conformidade que fica pendente e a direção da empresa tem que tomar uma decisão sobre o assunto.

"Estima-se que a norma possa influenciar 60% do uso da energia em diversos setores", contou Lima. Segundo ele, espera-se realmente que o surgimento formal de uma norma de gestão da energia, que evidencie aquelas empresas e organizações que se importam com o tema e que trabalham para a melhoria de seu desempenho energético formalmente, tenham o poder de influenciar o adequado uso da energia.

Alberto Fossa, coordenador da Comissão de Estudo da norma, explicou que a ISO 50.001 estabelece requisitos específicos para que a organização, seja ela uma empresa ou uma indústria, estabeleça, num primeiro momento, um patamar inicial do seu uso de energia, de seu consumo e da sua eficiência.

"A partir desse primeiro patamar, a organização deve estabelecer ações para melhorar a sua performance energética, ou seja, melhorar o uso da energia, o consumo e a eficiência. Todos esses aspectos levam, direta ou indiretamente, a uma redução do consumo de energia", disse.

O coordenador afirmou ainda que a norma pode contribuir com o Plano Nacional de Eficiência Energética (Pnef), já que ela deverá servir como um indutor à adoção de práticas de gestão corporativas que passem a incluir dentro de suas estratégias e ações, os aspectos do uso da energia, particularmente buscando melhorar a eficiência energética de seus processos, atividades e usos.

"O capítulo 3 do Pnef que trata da eficiência energética para os setores da indústria e de micro e pequenas empresas já apresenta, em suas propostas de gestão empresarial, a possibilidade de adoção da ISO 50.001 como uma ferramenta a ser adotada", contou Fossa.

Ele disse ainda que a norma deve ser considerada como elemento fundamental de difusão dos próprios conceitos defendidos no Pnef e, em função do aspecto de visibilidade vinculado ao processo de certificação das empresas, servirá também como elemento de promoção geral dos aspectos de eficiência energética no âmbito da sociedade de forma geral.

"Esta norma é aplicável a todos os tipos e tamanhos da organização, independente de condições geográficas, culturais ou sociais. Sua implementação bem sucedida depende do compromisso de todos os níveis e funções da organização, especialmente da alta direção", avaliou Fossa.

Fonte: PROCEL INFO

 

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