Iluminação pública: o uso de lâmpadas LED conquista terreno

Distribuidoras de energia apostam na implantação de projetos baseados nesta tecnologia para reduzir consumo de energia em vias, parques e ciclovias.

A eficiência energética ganha uma importância cada vez maior em todas as áreas, e na iluminação pública não é diferente. As empresas estão em campo pesquisando várias soluções para os próximos anos e uma das tendência mais percebidas é o aumento do uso da tecnologia LED e da luz branca, menos potente, porém mais eficiente energeticamente. Além de possibilitar uma economia maior, ela também tem outra vantagem preponderante, que é o aumento da vida útil. Um estudo da EDP Bandeirante, uma das companhias que apostam nesse novo sistema, mostra que as lâmpadas desta tecnologia duram até 10 anos, considerando uma vida útil de 50 mil horas.

Outra característica importante dela é o conforto visual proporcionado ao cidadão. Na EDP, o modelo dela diminui a poluição luminosa e reduz o ofuscamento. Dados da distribuidora carioca Ampla mostram que, se comparada com uma lâmpada incandescente, a LED proporciona uma economia média de 84,33% no consumo, o que equivale a uma redução de 610 MWh/ano. Esse valor é capaz de abastecer 200 residências durante um ano.

Outra vantagem da LED é a economia. A nova iluminação proporciona uma economia de até 60% no gasto de eletricidade dos municípios. Para o gestor Executivo do Programa de Eficiência Energética da EDP Bandeirante, Ewaldo Nogueira, essa é uma ação importante para combater o desperdício de eletricidade.

“Os benefícios vão muito além da simples economia, afinal, os recursos energéticos ganham longevidade com essa utilização consciente que a EDP incentiva”, relata ele. A subsidiária da EDP realizou em março uma ação de eficiência nesse tipo. Três municípios do estado de São Paulo foram beneficiados: Mogi das Cruzes, Guarulhos e São José dos Campos. Nessa região as lâmpadas convencionais foram substituídas pelas LEDs. Foram 59 pontos de iluminação que sofreram mudanças, sendo 29 no Lago dos Patos, em Guarulhos; 19 na Praça Afonso Pena, em São José dos Campos; e mais 11 na Praça Oswaldo Cruz, em Mogi das Cruzes.

A Celesc, concessionária de Santa Catarina, também investe em projetos de iluminação eficiente e aposta também na luz branca. Segundo o engenheiro Gilberto Aguiar, chefe do departamento de gestão técnica e comercial, em termos de custo de manutenção vale mais a pena o LED, porém ele ainda tem um custo inicial alto. “Acho que o futuro, das ciclovias, parques, semáforos, será LED”, diz. Porém, o engenheiro ressalta que para outras aplicações, como grandes avenidas, a tendência é a lâmpada de vapor metálico, que tem um rendimento maior.

Gilberto Aguiar detalhou também os projetos de iluminação da Celesc. Ele conta que a empresa tem 771 mil pontos de iluminação em sua área de atuação, o que representa uma taxa de três unidades consumidores para cada ponto. “Destes 771 mil pontos, temos alguns que ainda precisam passar pela eficientização.

Temos ainda 246 mil lâmpadas de mercúrio”, relata. A ideia, segundo ele, é passar todas estas para a iluminação a sódio de 70 watts. “Ou, se os fabricantes se dispuserem a colocar no mercado um LED que tenha menos potência – de 50 w – mas com mesmo fluxo luminoso, a tendência é instalar esta”, detalha.

O engenheiro da Celesc explica que, em termos de eficiência energética, a lâmpada de mercúrio não é ambientalmente correta, já que, como o próprio nome já diz, possui este componente químico, mais tóxico. Já o LED não tem essa substância e a de vapor metálico tem menos mercúrio. “Então tem a tendência da luz branca, com menor potência e mais eficiente e a supressão do mercúrio”, observa. “O que nós buscamos é o consumo menor, porém com a qualidade de luz maior”, completa.

No Rio de Janeiro, a concessionária Ampla também está apostando na modernização da iluminação, por meio dos programas de eficiência energética, como o Consciência Ampla. A mais recente ação do projeto é a assinatura de um convênio com a Prefeitura de Niterói, na região metropolitana, para troca das lâmpadas convencionais de diversos sinais de trânsito na cidade por LEDs. O objetivo é melhorar a visibilidade para motoristas e pedestres, além de permitir a redução da demanda em horário de ponta. Serão investidos cerca de R$ 860 mil nesse projeto, totalmente custeados pela distribuidora.

Desde o início do Consciência Ampla, em 2004, a companhia já efetuou a substituição de 550 mil unidades. Em outro projeto social, que permite a troca de unidades incandescentes por outras fluorescentes, a empresa trocou 730 mil unidades entre 2007 e 2011. No total, a companhia substituiu 1,288 milhão de lâmpadas.

Fonte: Matheus Gagliano, para o Procel Info

Nenhum comentário:

Postar um comentário