Principalmente
no inverno, o chuveiro elétrico é um dos grandes vilões do consumo energético.
Mas e se a energia escoada pelo ralo pudesse retornar e evitar o banho de água
fria no final do mês? Com os novos chuveiros econômicos, equipados com
trocadores de energia térmica, isso já é possível e faz parte da gama de
soluções em eficiência energética disponível às famílias de baixa renda do Sul
e Sudeste do Brasil.
Apesar
do nome complicado, o trocador de calor é um sistema simples, de instalação
local. Trata-se de um esquema de reaproveitamento de energia térmica, onde o
escoamento do banho aquece uma serpentina ligada a tubulação da rua que leva
água à ducha.
”O
funcionamento do trocador de calor é por reaproveitamento térmico. A água que
vem do cano da rua é desviada, passa por uma serpentina, que fica no chão do
banheiro, e sobe novamente, já pré-aquecida. Então o chuveiro precisa de menos
potência. A resistência desse chuveiro é de 3.800 watts, já que não é
necessária tanta energia para esquentar a água que já vem quente”, explicou o
engenheiro das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), Marcio Lautert.
O
projeto do chuveiro equipado com o trocador térmico é patente do tecnólogo
Geraldo Magalhães e, depois de um período de testes e adequações – já que não
havia normatização específica –, passou a fazer parte do projeto de eficiência
da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), através da Rewatt.
”Desde
2008 a Rewatt começou a instalação e distribuição dos trocadores de calor para
programas de eficiência energética. Começamos pela Cemig, depois ampliamos para
o atendimento de todos os estados do Sul e Sudeste, que é onde se concentra a
maior utilização de chuveiros elétricos pela população de baixa renda”,
comentou Valério José Monteiro, diretor comercial da Rewatt.
Sempre
participando de congressos e seminários, a divisão de eficiência energética da
Celesc se deparou com projetos similares e decidiu, então, lançar o seu
próprio. A iniciativa deu certo logo de início, com um edital lançado para
quatro mil trocadores de calor, e acabou impulsionando outras três empreitadas,
sendo a última no meio desse ano. Em sua terceira edição, o Projeto Energia do
Bem destinou R$ 8,3 milhões para a instalação de 12 mil trocadores de calor em
residências de consumidores enquadrados no programa Tarifa Social de Energia
Elétrica, do Governo Federal, localizados nas regiões de Criciúma, Tubarão,
Joaçaba, Videira e Mafra.
Segundo
Marcio Lautert, os equipamentos instalados pela 5EC Engenharia LTDA, empresa
vencedora do edital, pode proporcionar uma economia de 25% a 35%, o que para o
valor da fatura mensal representa de 8% a 20% de alívio.
”A
economia depende de vários fatores, mas nos projetos que nós já analisamos, a
economia no consumo do chuveiro fica entre 25% e 35%. Na fatura, fica em torno
8% até 20% do valor”, revelou.
Para
o responsável pelo Programa de Eficiência Energética da Light, Antônio Raad, o
trocador de calor é uma tecnologia bastante simples e relativamente barata em
relação ao sistema de aquecimento solar. Esta tecnologia traz diversos
benefícios ao permitir a redução da potência dos chuveiros elétricos, afirma o
responsável pelo Programa de Eficiência Energética da Light, Antônio Raad. “Do
ponto de vista do consumidor, ela contribui com a redução do consumo de energia
em mais de 40% diminuindo a conta de energia em no mínimo 10%, quando comparada
ao uso de um chuveiro elétrico comum”, diz ele.
Raad
explica ainda, que no caso dos projetos do Programa de Eficiência Energética da
Light voltados para os consumidores do segmento baixa renda, que utilizam o
equipamento Rewatt, ele ainda contribui para adequar o valor da conta de
energia à capacidade de pagamento desses clientes. “Se avaliarmos do ponto de
vista do setor elétrico, ela permite a redução da demanda na ponta e
consequentemente posterga investimentos no sistema elétrico", completa
Raad.
Mais
do que refrescar o bolso, os chuveiros econômicos representam um bom exemplo da
eficiência energética. Por definição do Ministério do Meio Ambiente, esse
conceito é entendido pela relação entre a quantidade de energia empregada em
uma atividade e aquela disponibilizada para sua realização. Com isso, o sistema
equipado com trocador de calor otimiza o uso de recursos energéticos e
naturais, colocando o Brasil um passo adiante na meta de se tornar um país
eficiente.
Fonte:
Pedro Silva, para o Procel Info
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