Cooperativa do Paraná utiliza bagaço de cana para produzir e energia

Cooperativa produz toda a energia que consome e ainda vende excedente.
Estado tem 25 usinas termelétrica que funcionam a partir desta biomassa.
O potencial da cana-de-açúcar vai além do setor sucroalcooleiro no
Paraná. A cana também é usada para geração de energia elétrica,
principalmente, para abastecer indústrias do interior do estado. São
25 usinas termoelétricas que usam o bagaço da cana-de-açúcar como
combustível.
Cooperativa Agrícola Regional de Produção de Cana, a Coopcana, que
fica em São Carlos do Ivaí, noroeste do Paraná, possui uma destas
usinas.
"Você tem hoje tecnologia de ponta, não só no Brasil, mas no mundo,
para transformar resíduo de biomassa, resíduo agrícola num combustível
extraordinário que chama energia elétrica, que é problema no mundo
inteiro e que move o mundo", diz o presidente da Coopcana, Fernando
Vizotto.
Esta é mais uma alternativa para diversificar a fonte de energia
elétrica. No Brasil, a biomassa é responsável por 8,6% da geração de
energia, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Esse número, segundo especialistas, poderia ser maior porque a
biomassa é considerada uma das fontes com maior potencial de
crescimento para os próximos anos.
"As fontes tradicionais, a fonte hidráulica, principalmente, está
chegando ao limite. Portanto, as outras fontes de geração de energia
vieram para ficar", diz o diretor de negócios e desenvolvimento da
Companhia Paranaense de Energia (Copel), Jonel Iurk.
A queima do bagaço da cana-de-açúcar libera poluentes na atmosfera,
mas esses gases são menos agressivos do que os que são gerados na
queima de combustíveis fósseis, como o carvão mineral e o petróleo.
A vantagem é que a instalação de uma usina como a de São Carlos do
Ivaí não causa impacto ambiental como ocorre na construção de usinas
hidrelétricas, que precisam de grandes áreas de alagamento para
funcionar.

A Usina de São Carlos do Ivaí
Para tornar o projeto possível, há dois anos, foi feita uma parceria
com uma empresa paulista de distribuição de energia, a Companhia
Paulista de Força e Luz. Foram investidos R$ 150 milhões na instalação
de uma usina termelétrica dentro da cooperativa. Desde então, a
cooperativa é autossuficiente em energia.
Segundo o presidente Coopcana, Fernando Vizotto, até pouco tempo
atrás, a destinação dos resíduos agrícolas do setor sucroalcooleiro
era um problema. "Há cinco anos ele era um resíduo problemático,
porque a opção que tinha era a venda para olarias da região e algumas
empresas, mas isso criava dificuldade de transporte".
Para o presidente, a produção da biomassa traz uma nova visão ao setor
sucroalcooleiro. "Você resolve ambientalmente um resíduo de grande
volume e de locação, você da um destino nobre a ele", diz Vizotto.
Além de produzir toda a energia que consome, a cooperativa ainda vende
o que sobra para a Copel. A empresa tem capacidade de produzir ainda
mais, mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) só autoriza a
venda de até 30 megawatts por hora.
Por isso, há uma sala de controle, onde operadores controlam quanto a
usina consome de energia e quanto é enviada para a rede da Copel.

Geração de energia
O processo de geração de energia começa pela moagem da cana. O bagaço
que sobra da produção do açúcar e do etanol passa por esteiras e é
enviado para caldeiras onde é queimado. O vapor criado nesse processo
é o que gera a energia.
O químico industrial Luiz Cesar Tessaro explica que, durante esse
processo, também é feito o tratamento da água, que é a matéria prima
do vapor. Com a água que é coletada do rio aqui próximo da usina, a
gente faz o processo de clarificação dessa água e depois de
desmineralização. Depois disso a gente manda para a caldeira para
produzir vapor", explica Tessaro.
Durante a moagem da cana são produzidas, por hora, pelo menos 280
toneladas de bagaço. Essa matéria prima é utilizada na geração de
energia elétrica. Na usina de São Carlos do Ivaí, por exemplo, toda
essa energia gerada seria suficiente para manter uma cidade de até 100
mil habitantes.
Fonte: G1 Paraná

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