Mercado livre de energia pode financiar placas solares em residências, diz CCEE

O mercado livre de energia pode ser o caminho para impulsionar a
implementação de placas solares em residências e comércios, ao
permitir a venda de excedentes de eletricidade, que geraria caixa para
viabilizar os investimentos nessas instalações, que hoje recebem
apenas créditos na conta de luz em troca da energia injetada na rede.
Uma proposta neste sentido foi desenhada pela Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e apresentada ao governo,
que trabalha em um plano de incentivo à produção de energia pelos
próprios consumidores, conhecida no mercado como geração distribuída.
"Com isso, você cria uma possibilidade de novos modelos de negócio
para financiar o funcionamento dessa geração... fala-se muito que não
existem linhas de crédito específicas para isso, e a proposta permite
ao mercado estabelecer formas de financiar e remunerar esses
projetos", disse à Reuters nesta quinta-feira o gerente-executivo de
atendimento ao mercado da CCEE, Cesar Pereira.
O mercado livre de energia elétrica representa cerca de 25 por cento
do consumo no Brasil, e envolve a negociação direta de contratos de
suprimento entre empresas com grande demanda por eletricidade, como
indústrias e centros comerciais, e geradores e comercializadores.
A ideia da CCEE é que grandes comercializadores de energia, os
varejistas, passem a agregar os excedentes de geração de diversos
consumidores e então vendam essa eletricidade no atacado, a preços de
mercado.
"Comercializar essa energia no mercado livre traria ganhos para os
consumidores. Não só porque o preço é melhor, mas você traz liquidez
para o mercado, captura oportunidades de sobra de um consumidor para
atender o outro...otimiza o mercado como um todo", afirmou o
presidente da comercializadora CPFL Brasil, Daniel Marrocos.
O presidente da plataforma eletrônica de negociação de energia BBCE,
Victor Kodja, também apoia a ideia. "Isso vai fazer com que mais gente
se interesse (por instalações de geração distribuída). As
comercializadoras tendem a ser os grandes catalisadores desse
processo", disse.
Pela proposta da CCEE, o consumidor que aderir à geração distribuída
poderá escolher entre a atual regra, em que toda a energia gerada vira
crédito na conta de luz, e o modelo em que a geração acima do consumo
pode ser vendida no mercado.
As regras para geração distribuída estão em discussão na Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que estima que essa modalidade
possa viabilizar 2 giga watts em instalações solares até 2024.
Fonte: Portal PCH

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