Cuidado para a tarifa branca de energia não sair caro

Consumidor deve ficar atento aos hábitos da casa para que a nova tarifa de energia não se torna uma 'vilã'
Em janeiro deste ano entrou em vigor no Brasil a chamada tarifa branca da conta de luz. Com ela, consumidores que são disciplinados e usam a energia fora dos horários e dias de pico, acabam pagando menos. Porém, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) alerta que, caso não seja observado o horário de pico, a conta poderá ficar mais cara para aqueles que aderirem à nova tarifa. Uso de chuveiro elétrico, ar-condicionado, ferro de passar e máquina de lavar roupa nos horários de maior consumo de energia gera um custo maior.
A tarifa branca é uma modalidade em que os valores cobrados varia em função da hora e do dia da semana em que a energia foi consumida. Nos horários de pico, a energia é mais cara. Nos horários de baixo consumo, é mais barata.
Ainda de acordo com a Aneel, não há uma fórmula nacional de horários e dias em que a energia custa mais barato. Cabe a cada uma das 69 concessionárias de energia elétrica definir os valores a serem cobrados dos clientes que aderirem à nova modalidade tarifária.
Por enquanto, a tarifa branca vale para unidades que tenham uma média de consumo mensal superior a 500 quilowatt/hora (kWh). Conforme a Aneel, existem 4,5 milhões de unidades com esse perfil, o que corresponde a 5% do total. A média do consumo residencial brasileiro é de 160 kWh por mês.
Para aderir à tarifa branca, é necessário comunicar à concessionária, que terá prazo de 30 dias para mudar o medidor de energia do consumidor.
Na opinião de Nelson Leite, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, as concessionárias estão preparadas para atender essa demanda de troca. "Neste primeiro momento, não acreditamos que irá haver uma adesão muito alta. O mais complicado, caso a demanda supere em muito as expectativas, será para as empresas estatais, que dependem de processo licitatório para fazer a compra dos medidores de energia", diz o especialista em entrevista à Agência Brasil.
Simulações
Antes de aderir à tarifa branca, a recomendação é que o consumidor faça simulações e conheça seu perfil de consumo. Para conseguir reduzir a conta de luz, é preciso se informar sobre qual é a faixa de horário mais barata, cobrada pela concessionária. Isso pode ser feito de forma direta, com a própria empresa, ou por meio do site da Aneel, onde também é possível fazer simulações de consumo para ver qual é o modelo mais adequado para cada perfil de consumidor.
Uma outra referência que pode ajudar na decisão é o histórico com o consumo médio dos últimos 12 meses, disponível na fatura da conta de luz.
Ciente do horário em que a energia é mais barata, o consumidor deve organizar o uso de aparelhos como ar-condicionado, chuveiro elétrico, ferro de passar e máquina de lavar roupa - aparelhos que mais consomem eletricidade.
Hábitos da família
O consumidor deve levar em conta também se, em casa, existem muitos aparelhos ligados 24 horas por dia - como geladeiras, freezers ou equipamento de segurança eletrônica, por exemplo. Neste caso, pode não ser tão interessante a mudança para a tarifa branca.
Para famílias grandes, com horários de banho diversos, e para quem recebe muitas visitas, a nova tarifa deixa de ser atraente.
No caso de uma família em que os integrantes saem cedo e só retornam ao final do dia, após o horário de pico, a adesão pode ser vantajosa. Assim como para produtores rurais que podem adaptar o horário de irrigação e para quem trabalha em casa e consegue manter uma rotina nos horários de menor consumo.
Outro ponto a ser considerado é o de que a tarifa branca só se aplica a dias úteis, não valendo para finais de semana e feriados.
Um outro alerta da Aneel é para que os consumidores fiquem atentos a mudanças no horário de pico, pelas concessionárias, e também em alterações nos horários em que a energia elétrica custa mais barato.
Vale dizer que, a partir de 2019, a adesão à tarifa branca se estenderá àqueles que tenham consumo médio mensal entre 250 kWh e 500 kWh (cerca de 15,9 milhões de unidades consumidoras têm esse perfil). E a partir de 2020, todos poderão aderir à modalidade tarifária. Atualmente, existem 83 milhões de consumidores de energia no país, de baixa e alta tensão.
(com Agência Brasil)
Fonte: www.revistaencontro.com.br

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