Iluminação artificial: como a luz criada pelo homem mudou a forma como vivemos?

A vida moderna seria inconcebível sem a abundância de eletricidade, que por mais de um século tem iluminado casas, ruas, escritórios, restaurantes, teatros e lojas, estendendo nosso tempo de trabalho e lazer. E, apesar da cidade iluminada, e o glamour e a vivacidade de suas noites, a maior parte da população não pensa sobre a iluminação, já que está sempre disponível - frequentemente mais do que necessitamos - ao alcance de um clique. Essa negligência, e a liberdade que a luz nos oferece, é algo que os humanos sequer poderiam imaginar há poucos séculos atrás. No final do século XVIII, a iluminação era rudimentar, dependendo da mesma tecnologia que iluminava as casas romanas e mesmo as cavernas do Pleistocene.

A rápida expansão das redes elétricas no século XX fez com que os países industrializados passassem a viver em um mundo construído de luz. A iluminação tomou tanto as noites que mais da metade das pessoas nos Estados Unidos e na Europa não conseguem ver a Via Láctea de suas casas. Os astrônomos, aliás, foram os primeiros a levantarem discussões acerca da poluição lumínica, solicitando melhores projetos de iluminação e o fim da luz excessiva. Somente um esforço para reduzir a iluminação garantirá um futuro no qual a claridade em que vivemos permaneça a mesma, já que nossa reação à luz não é sempre racional.

Atualmente, como parte do movimento rumo à eficiência energética, encontramo-nos em uma nova era de experimentações e inovações na iluminação. A busca é por melhores lâmpadas fluorescentes compactas, lâmpadas LED inovadoras e incandescentes mais eficientes. Essas novas tecnologias também podem ajudar um terço do mundo que ainda vive sem energia elétrica a ter as vantagens de uma noite bem iluminada. Para os que vivem em um mundo industrializado, a tecnologia não resolverá o problema da poluição lumínica totalmente. O futuro bem iluminado também exigirá que repaginemos a forma como pensamos a iluminação, ponderando a possibilidade de que podemos ser privados da mesma claridade que nos tornou o que somos.

Fonte: Independent - 12.05.2011

Um comentário: