Energia 3.0: o consumidor no poder


O mundo encontra-se à beira de uma revolução energética, que marca uma mudança de paradigma capaz de promover uma transformação tão drástica no modo como vivemos quanto foi a invenção da eletricidade ou da informática.

E é exatamente a convergência entre a tecnologia digital e o mundo da energia que compõe a base para o que eu chamo de Energia 3.0 - um mundo no qual os consumidores finais literalmente assumem o poder. Afinal, são eles os responsáveis por manter o sistema de energia: prédios e cidades não consomem energia, as pessoas sim. Nesse sentido, o mundo atual oferece possibilidades de os consumidores passarem de meros usuários de energia a produtores utilizando tecnologia de energia renovável e outros avanços que poderão até nos ajudar a superarmos os desafios do aquecimento global e a escalada dos preços dos derivados de petróleo.

A necessidade urge: se continuássemos dependendo do sistema de produção de "Energia 1.0", o custo das matérias-primas e o impacto ecológico dos combustíveis fósseis tornariam inviável a construção do número de usinas necessárias para atender a demanda mundial. Neste modelo, o consumidor final desempenha um papel bastante passivo. Medidas como melhorar o isolamento das casas e adquirir equipamentos de qualidade já não são mais suficientes para reduzir significativamente o consumo.

O principal desafio é construir um mundo no qual a energia seja acessível, confiável com respeito ao meio ambiente. Soluções energéticas estão sendo desenvolvidas com o intuito de humanizar as construções e cidades com serviços personalizados.

Estamos entrando agora na era da "Energia 2.0". Os prédios, que há até pouco tempo eram vistos como meros "envelopes", hoje produzem sua própria energia. Uma das consequências deste novo paradigma é a capacidade de compartilhar energia entre prédios, bem como entre infraestruturas de produção. Já que o compartilhamento da energia depende de redes inteligentes (smart grids) e redes de transmissão interconectadas por vias duplas e controladas por tecnologias digitais, o modelo de Energia 2.0 prioriza a distribuição à produção.

Mas é preciso ir além. Os avanços nas áreas de tecnologia e infraestrutura serão ineficientes caso os consumidores não sejam motivados ou não assumam a responsabilidade de administrar seu próprio consumo. O sucesso da transição de energia depende de uma mudança radical na maneira de pensarmos. Nossos esforços precisam concentrar-se no comportamento do consumidor e na experiência do usuário final. O conceito de Energia 3.0 é protagonizado por esta questão e pode ser resumido da seguinte maneira: permitir que o consumidor se torne o senhor da sua própria energia.

Pode parecer um sonho futurístico, mas isso já está se tornando realidade: produção e consumo estão cada vez mais avançados e customizados. Os resíduos estão sendo eliminados e o uso da energia visa cada vez mais responder às necessidades pessoais, como iluminação, aquecimento ou ar-condicionado, que podem ser desligados ou diminuídos na ausência do usuário. Quando o usuário estiver presente, os diferentes dispositivos e sistemas de energia poderão ser personalizados para cada cômodo e cada função. Por exemplo, a existência de iluminação capaz de simular o nascer do sol ou iluminar caminhos à noite.

Esse controle de energia customizado utilizaria interfaces interativas que permitem aos usuários criar seus próprios cenários de consumo para atender necessidades específicas, como permitir que as escolas otimizem o consumo de energia de cada sala de aula de acordo com a programação das aulas. Além disso, esses mecanismos de controle podem ser acessados a partir de qualquer terminal, seja um computador, um tablet ou um smartphone, além de fornecerem acesso em tempo real para o mundo energético de cada usuário. Esse novo mundo de energia é simples, aberto, evolui constantemente e oferece possibilidades infinitas. Os prédios serão adaptados para o uso e as necessidades dos seus habitantes por meio de algoritmos capazes de se moldar; tudo, em todo lugar, poderá ser construído visando uma melhor gestão energética.

Isso faz todo sentido para os consumidores: diversas pesquisas apontam que pessoas do mundo todo têm grande interesse em economizar energia. As famílias poderiam economizar até um quarto de suas contas de energia por meio da utilização de tecnologias já existentes. Seria possível alcançar ainda reduções relevantes nas emissões de CO2: de acordo com a Agência Internacional de Energia, a eficiência energética poderia reduzir as emissões de CO2 em 38% até 2050.

O principal desafio é construir um mundo no qual a energia seja acessível, confiável com respeito ao meio ambiente, por meio de ofertas e serviços que tenham potencial para melhorar a vida de todos.

Novas soluções energéticas estão sendo desenvolvidas por empresas de tecnologia e energia com o intuito de humanizar as construções e cidades com serviços personalizados, como os de iluminação customizada e inovadora que auxilia indivíduos com dificuldade de visão, melhora qualidade do ar em casas e escritórios, tem a capacidade de verificar se a sua avó se esqueceu de tomar seu remédio, detecta vazamentos de gás e água ou ainda alerta veículos sobre pedestres que atravessem a rua à noite. Estes são apenas alguns dos serviços de valor agregado que ajudarão a mudar nossas vidas para melhor no futuro.

Precisamos de uma infraestrutura de energia que seja robusta e duradoura, mas se quisermos realmente progredir é preciso um esforço para reduzir o consumo e contribuir para a tomada de atitude por parte dos consumidores. Na maioria das vezes, os maiores players do mercado de energia concentram-se na infraestrutura, no mix de energia e na produção, prestando pouca atenção ao novo paradigma de demanda. O debate sobre a transição de energia é uma grande oportunidade de criarmos um novo modelo econômico 3.0, que afaste seu foco do fornecimento, concentrando-se nas necessidades do consumidor.

Fonte: Intelog

Residências em Londres serão aquecidas com calor gerado pelo metrô

Inglaterra – O calor gerado no subsolo do metrô londrino será capturado e utilizado para aquecer residências, desacelerando a produção em usinas de carvão, reduzindo a emissão de poluentes e também a conta de luz da população.
O projeto é o primeiro deste tipo na Europa. O plano foi criado através de uma colaboração entre o prefeito de Londres Boris Johnson, o Islington Council, a UK Power Networks e o Transport for London.
A iniciativa faz parte do plano de responsabilidade ambiental de Londres, que prevê a redução de 60% no total das emissões de carbono.
Pontos do metrô terão o calor subterrâneo desviado através de uma grande chaminé de ventilação até uma "rede térmica", que se conecta a certos lugares da sub-região de Islington e leva calor para aquecedores das residências.
"Este esquema de energia não é apenas mais barato, mas também mais sustentável: as comunidades locais verão como as emissões de CO2 serão reduzidas em cerca de 500 toneladas por ano", anunciou Rakhia Ismail, membro executivo para a sustentabilidade do Conselho de Islington.
A área já possui um esquema para fornecimento de "calor verde" que engloba 700 residências. Com os novos pontos de "coleta de calor", mais 500 famílias serão beneficiadas.
Ao todo, foram investidos mais de R$ 14 milhões. A estimativa é que até 2025, um quarto da energia de Londres seja proveniente de fontes locais como esta, descentralizando a produção e aliviando a sobrecarregada rede de energia da cidade.

Fonte: Uol

Chuveiros Econômicos

Tecnologia Trocador de Calor torna chuveiros elétricos mais econômicos no sul e sudeste do Brasil

Principalmente no inverno, o chuveiro elétrico é um dos grandes vilões do consumo energético. Mas e se a energia escoada pelo ralo pudesse retornar e evitar o banho de água fria no final do mês? Com os novos chuveiros econômicos, equipados com trocadores de energia térmica, isso já é possível e faz parte da gama de soluções em eficiência energética disponível às famílias de baixa renda do Sul e Sudeste do Brasil.

Apesar do nome complicado, o trocador de calor é um sistema simples, de instalação local. Trata-se de um esquema de reaproveitamento de energia térmica, onde o escoamento do banho aquece uma serpentina ligada a tubulação da rua que leva água à ducha.

”O funcionamento do trocador de calor é por reaproveitamento térmico. A água que vem do cano da rua é desviada, passa por uma serpentina, que fica no chão do banheiro, e sobe novamente, já pré-aquecida. Então o chuveiro precisa de menos potência. A resistência desse chuveiro é de 3.800 watts, já que não é necessária tanta energia para esquentar a água que já vem quente”, explicou o engenheiro das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), Marcio Lautert.

O projeto do chuveiro equipado com o trocador térmico é patente do tecnólogo Geraldo Magalhães e, depois de um período de testes e adequações – já que não havia normatização específica –, passou a fazer parte do projeto de eficiência da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), através da Rewatt.

”Desde 2008 a Rewatt começou a instalação e distribuição dos trocadores de calor para programas de eficiência energética. Começamos pela Cemig, depois ampliamos para o atendimento de todos os estados do Sul e Sudeste, que é onde se concentra a maior utilização de chuveiros elétricos pela população de baixa renda”, comentou Valério José Monteiro, diretor comercial da Rewatt.

Sempre participando de congressos e seminários, a divisão de eficiência energética da Celesc se deparou com projetos similares e decidiu, então, lançar o seu próprio. A iniciativa deu certo logo de início, com um edital lançado para quatro mil trocadores de calor, e acabou impulsionando outras três empreitadas, sendo a última no meio desse ano. Em sua terceira edição, o Projeto Energia do Bem destinou R$ 8,3 milhões para a instalação de 12 mil trocadores de calor em residências de consumidores enquadrados no programa Tarifa Social de Energia Elétrica, do Governo Federal, localizados nas regiões de Criciúma, Tubarão, Joaçaba, Videira e Mafra.

Segundo Marcio Lautert, os equipamentos instalados pela 5EC Engenharia LTDA, empresa vencedora do edital, pode proporcionar uma economia de 25% a 35%, o que para o valor da fatura mensal representa de 8% a 20% de alívio.

”A economia depende de vários fatores, mas nos projetos que nós já analisamos, a economia no consumo do chuveiro fica entre 25% e 35%. Na fatura, fica em torno 8% até 20% do valor”, revelou.

Para o responsável pelo Programa de Eficiência Energética da Light, Antônio Raad, o trocador de calor é uma tecnologia bastante simples e relativamente barata em relação ao sistema de aquecimento solar. Esta tecnologia traz diversos benefícios ao permitir a redução da potência dos chuveiros elétricos, afirma o responsável pelo Programa de Eficiência Energética da Light, Antônio Raad. “Do ponto de vista do consumidor, ela contribui com a redução do consumo de energia em mais de 40% diminuindo a conta de energia em no mínimo 10%, quando comparada ao uso de um chuveiro elétrico comum”, diz ele.

Raad explica ainda, que no caso dos projetos do Programa de Eficiência Energética da Light voltados para os consumidores do segmento baixa renda, que utilizam o equipamento Rewatt, ele ainda contribui para adequar o valor da conta de energia à capacidade de pagamento desses clientes. “Se avaliarmos do ponto de vista do setor elétrico, ela permite a redução da demanda na ponta e consequentemente posterga investimentos no sistema elétrico", completa Raad.

Mais do que refrescar o bolso, os chuveiros econômicos representam um bom exemplo da eficiência energética. Por definição do Ministério do Meio Ambiente, esse conceito é entendido pela relação entre a quantidade de energia empregada em uma atividade e aquela disponibilizada para sua realização. Com isso, o sistema equipado com trocador de calor otimiza o uso de recursos energéticos e naturais, colocando o Brasil um passo adiante na meta de se tornar um país eficiente.

Fonte: Pedro Silva, para o Procel Info

Um pouco da história da evolução da lâmpada


A evolução caminha a passos largos e a tecnologia se torna obsoleta em tempo cada vez mais curto. Esse processo atinge também o segmento de iluminação: as lâmpadas vêm sendo substituídas em tempo recorde. Mas nem sempre foi assim.

A lâmpada incandescente criada em 1879 por Thomas Edson somente agora em 2016, no Brasil, será extinta. Nessa data completaria 137 anos de vida. "Seu fim decorre das necessidades dos tempos modernos, ou seja, eficiência energética e sustentabilidade aliadas ao conforto visual. A lâmpada incandescente, ao contrário dessas premissas, consome 95% de energia e gera apenas 5% de luz", informa Gilberto Grosso, CEO da Avant, empresa fabricante de lâmpadas há 15 anos instalada no Brasil.

Sua morte, ainda que centenária, foi apressada pelo surgimento da lâmpada compacta fluorescente, também conhecida como econômica. Com 40 anos de existência, essa lâmpada consome apenas 15% de energia e gera 85% de luz. Um milagre para a sustentabilidade ambiental.

"Todavia, embora jovens, as compactas já estão ameaçadas por uma novata de apenas 20 anos de idade. Trata-se da tecnologia chamada LED - Light Emitting Diode ou Diodo Emissor de Luz. Surgiu comercialmente em 1993 e consome somente 10% de energia para 90% de luz que gera", diz o executivo.

"O LED é tido como a tecnologia que dominará a iluminação doméstica, pública e industrial. Acredita-se que até 2020 cerca de 80% do mercado mundial será iluminado apenas com equipamentos e lâmpadas de LED", conclui Grosso.

Fonte: Infoenergia